Quando o PSD começou a perder as eleições (2)
Quando se refere que Cavaco Silva esteve mal ao investir em alcatrão, não se pretende dizer o seu contrário, ou seja, que não o deveria ter feito. O que se diz, com reiterada razão, é que investir em alcatrão só faria sentido investindo igualmente no sector secundário, apostando forte no investimento de elevado valor acrescentado, na fixaçao de postos de trabalho no interior, defendendo as diversas regiões do País dos movimentos migratórios e consequente desertificação. Só para aproximar pessoas e chegar mais depressa ao Porto ou ao Algarve, sem fundamentos económicos sólidos e sérios na sua aplicação, é que é um equívoco e altamente discutível. Porque as regiões têm as suas economias, porque os movimentos de capitais se produzem, também, internamente, porque quando uma região vê sair, na forma de despesa, parte dos seus rendimentos para outra região e não tem como os repor, fica cada vez mais pobre, aumentando as desigualdades económicas e, por arrasto, sociais e culturais entre regiões. Custa verificar que os portugueses interiorizaram, como se de uma cruz se tratasse, que há regiões que são pobres porque sim.
Nem o sector do Turismo chega para justificar tanta obra feita, porque um País, por mais que se pretenda, não pode ficar refém de um sector que é muito sensível à moda e imagem do destino nos mercados emissores. Nem, bem assim, o argumento de que sem infraestruturas também não seria possível canalizar IDE, porque as infraestruturas foram feitas e o IDE não se fixou em Portugal. A questão infraestrutural é básicamente uma moeda de troca: faz-se investindo, quando se espera retorno do investimento feito. É uma questão de "dar com uma mão e receber com a outra".
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