8.2.05

Pretender que o microcosmos que se conhece, quantas vezes de forma deficiente, é extrapolável, como medida de aferição, para o Universo, é "tomar a nuvem por Juno".
Pretender que as poucas opiniões que se escutam, a pedido, o que condiciona bastas vezes a resposta (vão longe os tempos das discussões políticas acesas, que ocuparam cerca de uma década em Portugal, 1974-1984), são indicadores claros de comportamento generalizado, é de um facilitismo de raciocínio assustador. Assumir ainda que essas opiniões reflectem o "básico" é, além do mais, insultuoso. Seja qual fôr o resultado das próximas eleições legislativas, o número de votantes PSD estará sempre na casa dos 7 dígitos. Se todos estes portugueses não compreendem o "básico" serão, por definição, estúpidos (o estúpido é aquele que é incapaz de compreender qualquer coisa, cfr dic. Lello pg 481, ou seja, o básico). É empreitada de monta apelidar de estúpidos mais de um milhão de portugueses. É necessária muita crença e arrogância.
Eu, mais modesto e asisado nos intentos, limito-me a apelidar de estúpido um único português, o arrogante.

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