9.2.05

É a postura dúbia de A. Cavaco Silva nos últimos tempos, querendo alargar o espectro político de influência e a sua agenda política perfeitamente marcada por um objectivo claro e ávido aos olhos de todos, que leva a "concorrência" a utilizar, sem pudor, o seu nome nesta campanha, querendo porventura encostar a sua a outra posição já assumida públicamente - a de F. do Amaral - com idênticos destinatários, mas com a clara intenção de o fazer parecer: a) atrasado em relação a este quanto a preencher o espaço do centro-esquerda; b) sem espaço político próprio - a imagem de um partido dividido; c) ataque reiterado à direcção do PSD, com "repercurssões" esperadas já nas legislativas.
É claro para quem "lê" a política que o 5 de Outubro de 1910 substituíu a figura do Rei pela figura "veneranda" do Chefe de Estado, inatacável, inabalável, omnipresente, patriarcal.
É igualmente claro que esta figura só tem a ganhar, em importância e capacidade interventiva, com a inexistência de maiorias absolutas no Parlamento.
Não deixa de ser verdade que "uma maioria, um presidente" está tão distante no horizonte da política em Portugal, quanto uma maioria absoluta do PS.
Que uma maioria absoluta do PS entregava, de bandeja, a vitória nas presidenciais ao candidato apoiado pelo centro-direita. Que A. Cavaco Silva já só tem um "tiro" para dar.
É neste jogo de interesses que a notícia do Público aposta, em paralelo com outros interesses, quer de inclinação política, quer de orientação económica accionista.

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