De todos os sítios do mundo
onde podia nascer,
Quis o destino escolher
nascesse num País profundo.
Profundo na sua história,
Símbolos, figuras míticas.
De epopeias e conquistas,
Na fortuna e na glória.
Terra de D.Afonso, D.João,
De sofridas gerações.
De Pessoa, de Camões,
Que em poemas nos cantaram.
Éramos grandes, enormes,
Em dimensão e beleza.
Dividíamos o mundo à mesa,
Temidos pelos mais fortes
Novecentos anos contados,
os mais antigos da história.
Perecem com dor, sem glória,
De tanto serem esbanjados
Daí para cá o deserto,
A ruína, a demência.
A imensa carência
no assomo do incerto.
Tempos conturbados os nossos.
Trinta anos de loucuras
Remetem as gerações vindouras
Para o pior dos invernos.
(João Fernandes)
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