Sejam a vida ou a morte
Duas companheiras fieis,
e em ambas acrediteis,
Vos garanto: grandes penas em sorte,
Só na vida, não na morte.
A morte é a calmaria adoçada,
mesmo que dorida e profunda.
É também um estado d´ arte,
A obra acabada da parte
incompleta e fecunda,
De uma vida aproveitada.
A vida é fealdade e beleza,
traçada em linhas escondidas.
É euforia e descrença gritadas,
Na alma e mente habituadas
ao silêncio das emoções paridas,
Nos desígnios da surpresa.
Não fique então a morte retida,
Por muito que não seja amada.
Que venha, que é bem tolerada,
Que Amado foi o milagre da vida.
(João Fernandes)
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