10.2.05

A Cor a Preto e Branco

Há cor no mundo. Em todos os momentos.
Há cor no amor, também na dor. Na vida e na morte: reparem bem na cor.
Nas ruas, nos semáforos, no vinho, nas roupas, nos carros, nos comportamentos. Tudo tem cor.
A cor do céu. A cor do "guichet". Estamos com boa cor ou com mau ar. A cor do mar.
A cor das aves e dos outros animais. Os quadros cheios de cor. As cores básicas.
A cor da guerra, do sangue. A cor da paz: esta é branca.
O branco é o conjunto de todas as cores. Será a paz o conjunto de todas as coisas ?
A cor do sonho - azul ou rosa. A cor da prosa. O homem colorido nas várias raças. A cor da discórdia. A cor do dinheiro. E a cor associada ao sexo. A cor das peles, das jóias. As luzes no seu esplendor de cor. As cores quentes e frias.
A cor da morte: o preto. O preto é a ausência de cor. A morte ausência de vida. Vida material vivida na cor. O preto imposto na ausência da matéria.
A vida intemporal é alva, branca: o conjunto de todas as cores.
Será então, a preto e branco, que se obtém a visão mais realista das coisas e das pessoas ? Mais humana também ?
Se assim fôr não quero mais cor.
Excepto nos meus fatos, gravatas, sapatos, carros, na minha família, nos meus amigos, nas senhoras com quem me cruzo, em todos os outros, nas suas vidas, no céu todos os dias, no amor, nos sonhos, em tudo afinal e, quando morrer, espero enfim poder beneficiar da visão pragmática e humana do preto e branco.
(João Fernandes)

Sem comentários: