29.3.07



Dominique Salm
A actualização do blog tem sido mais demorada do que inicialmente previra. Vai-se fazendo, faltando agora bem menos. Razão para o prolongado silêncio palavroso, mas do qual não me consigo afastar.

Fim às OTA´s

Quando é que tomamos, todos, uma atitude clara contra a OTA ou outro qualquer aeroporto?
O betão quer a obra, os consultores querem a obra, os engenheiros querem a obra e, finalmente, os políticos anseiam por esta obra, seja na OTA ou Rio Frio ou outro lugar qualquer.
Mas Portugal não precisa da obra, dispensa-a totalmente. Temos obrigação, todos, de acabar com esta loucura.
Desactivem Figo Maduro aproveitando a base aérea do Montijo, prolonguem as pistas e edifícios da Portela. Desviem os charters para Alverca e, se necessário, para Beja.
Resolvam, mas resolvam tendo em atenção os superiores interesses do País e não os interesses superiores de alguns, sempre os mesmos, que têm arrasado a economia nacional.

Questões políticas do PSD

A investida do PSD, a propósito da legislação sobre o aborto, foi total e completamente ineficaz, bem como mostrou um desnorte político inadmissível. O que se referendou foi uma pergunta e, nessa pergunta, em lado algum se referia a necessidade de acompanhamento e aconselhamento.
É necessário ensinar os cidadãos sobre a sua capacidade de inrtervenção cívica e política.
Se o PSD queria referendar algo mais do que foi feito, teria de se demarcar da pergunta, exigindo uma outra. Não foi isso que fez. Deu liberdade de voto, abstendo-se com receio dos custos políticos, e apresentou o seu líder com uma posição que foi declarada como pessoal e não vinculando o partido. Para além de ser difícil esta separação, mostra com clareza que nas questões mais sensíveis, o PSD não tem rumo ou objectivos políticos, mostrando algo mais preocupante: o PSD não conhece o eleitorado de que dispõe, daí o discurso político dúbio e fracamente interventivo.
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Na questão dos impostos esteve bem. Antecipou-se mas, curiosamente, deixou arrefecer o assunto. Reflexos da contestação interna? Se assim foi é um sinal claro de fraqueza de liderança (que não será novidade). Lamenta-se, contudo, que em nome da defesa dos gastos públicos, entenda-se despesa corrente, que o Estado não consegue fazer diminuir, se defenda a penalização constante dos contribuintes.
Em política a falta de memória é grave e paga-se caro. Aumentam-se impostos e reduzem-se os serviços (educação, ensino, tranferencias para as famílias). Pergunto: faz algum sentido? A resposta é óbvia: não faz sentido nenhum.
É sintomático que algumas figuras do PSD defendam a manutenção da carga fiscal (talvez até o seu aumento) sem atentarem na redução dos serviços prestados pelo Estado e sem que se verifiquem reduções na despesa corrente. São os mesmos que criaram a situação (na altura com milhares de funcionários públicos contratados a recibo verde), percebendo-se a dificuldade de defenderem outras posições políticas, diferentes das que tomaram indescriminadamente enquanto foram governo.
Mas não é a política a arte do discurso e da demagogia? Onde está, então, a liderança do PSD, que quando pretende fazer política se vê atacado por todos os lados?
Mas não é esta mesma liderança que aceitou o distanciamento político-partidário de Cavaco enquanto candidato presidencial e, depois, após a eleição se congratulou e se encostou à sua imagem? Tivesse aproveitado para fazer uma limpeza, em vez de distribuir parabéns e, provávelmente, estaria muito mais à-vontade.

É positivo, o regresso de Portas

O regresso de Portas nunca seria pacífico. A "paz" reinante no CDS/PP não é, igualmente, desejável. Paulo Portas trará algo de novo à política nacional.
Lamenta-se a saída de Maria José Nogueira Pinto, principalmente no reflexo induzido na CM de Lisboa.
Mas há, igulamente, um motivo de interesse: Nogueira Pinto irá manter-se na política activa? Se sim, onde?