28.10.10


até quando ?

E agora andamos todos numa fona, afadigadamente verborreicos sobre um Orçamento, sobre a despesa do Estado, sobre o futuro do País, e criamos a ilusão de que alguma coisa está a mudar, mas não está; gostaria de dizer que no fim ficamos na mesma, mas também não posso. No fim estamos pior, até quando não sei. Esta é a pergunta para a qual não tenho resposta no imediato, mas uma coisa sei: não ficamos assim para sempre e essa certeza é o meu conforto.

A inveja também constrange e impede o desenvolvimento....

Antonio Borges, numa conferencia hoje em Lisboa, avaliou o investimento nas ultimas decadas como de fraquíssima qualidade. Nada que espante.
Há responsabilidade da banca concerteza, mas existem questões muito mais profundas para a inexistencia de qualidade na hora de decidir investimentos, a saber:
(1) Impreparação económica, na generalidade da população, que atinge valores dramáticos: só 3% da população é culta no que diz respeito a conceitos económicos;
(2) Um medo de morte de falhar: a sociedade portuguesa não premeia o erro, bem pelo contrário, pune-o. É sabido que, quanto maior a ambição, maior a probabilidade de falhar. Mas errar é aprender e quando se cria uma cultura anti-erro, cria-se uma cultura anti- aprendizagem na prática, porque não se aproveita o conhecimento que advém de um simples falhar. Em Portugal é impossível pensar em falir; só a palavra fere e mata, mas é nas falencias, quando sucedem, que os empresários aprendem a tornear os golpes dos mercados e ganham nova pujança. É impossível pedir que exista uma geração de empresários virados para o exterior, quando a probabilidade de errar é grande, e se vive num país que castiga o erro.
.....
O problema é nosso, uma vez mais, desta vez na formação das ideias, na filiação dos juízos a valores ridículos, que acima de tudo mostram à evidencia o maior dos nossos pecadilhos: a inveja.
A mentalidade empresarial não foge, igualmente, a esta realidade: a inveja discute, palmo a palmo, com o desígnio nacional, o futuro de todos nós há muitos anos.

27.10.10


Uma ou outra.....

Se as empresas sentem necessidade de se capitalizarem e não o fazem por via de uma redução das contribuições socias e fiscais, irão faze-lo por via do congelamento das admissões de pessoal, ou mesmo pela redução dos efectivos. Se não se capitalizam fecham.

Tudo tem de fazer sentido, mesmo quando parece não fazer ou não ter

Tudo tem de fazer sentido, mesmo quando parece não fazer ou não ter.
Este OE para 2011 é fundamental: A banca vai começar a financiar a economia ? A população vai viver melhor ? O crescimento económico será um facto ? O país vai diminuir as suas necessidades de endividamento externo ? A agricultura e a indústria serão pilares fundamentais do país ?
Tantas perguntas seriam possíveis e, como estas, todas mereceriam a mesma resposta: NÃO.
Se assim é, porque razão é fundamental o OE para 2011, nas bases em que o PS o quer viabilizar ?
"O país vai mergulhar numa séria crise financeira ?". Mas já não está ?
Não ter OE "é um luxo que Portugal não pode pagar". E o que é que Portugal pode pagar agora ? Nada, sem que lhe emprestem dinheiro sucessivamente. Vai faltar verba para liquidar os vencimentos de Outubro e/ou Novembro no estado ? Talvez sim, talvez não, mas a incerteza resulta de uma certeza: Portugal não produz para os gastos que tem, dependendo de terceiros para cumprir as suas obrigações. Esta nem seria uma constatação grave, se a diferença entre os gastos do estado e as suas receitas não fosse tão díspare; todos os meses somos forçados a contrair dívida para fazer face a despesa corrente e a juros de dívida já existente, constatando-se facilmente o endividamento galopante que daqui resulta. Para um país que pretende ver aprovado um Orçamento recessivo, meça-se o impacto profundo de uma diminuição das parcas receitas, perante um galopar das despesas de capital e da quase manutenção das despesas correntes.
"Ajuste de contas" e "higienização democrática" para fazer ? Não, existe a necessidade de endireitar as finanças do estado, reduzindo-as drásticamente. Um exemplo: terminar com o fundo de desemprego; há uma troca económica entre o agente que aceita trabalho, por encaixe de um salário e a obrigatória cedencia que aquele faz, em termos de ócio, ou por outras palavras, a utilidade da troca de gozo de tempo pela remuneração. Tem tudo a ver com o ganho que o agente reconhece nesta troca; quando o agente encontra um mercado de baixos salários, quase sem inflação, tende a não fazer a troca intertemporal do lazer pelo trabalho. Acabe-se com o subsídio de desemprego e termina, por necessidade, a comparação lazer/salário. Mas este é um exemplo entre muitos, exaustivamente abordados, da forma como o estado gasta mal os seus recursos.
A verdade é que o governo tem as contas públicas descontroladas e não sabe o que terá de fazer daqui a tres meses. Não abdica igualmente das grandes obras públicas e tem dificuldade em cortar nas despesas, por ser incapaz de projectar as implicações dos cortes, razão que subjaze ao descontrole anteriormente mencionado. Depois, acresce que haverá, com certeza, muita despesa que não é do conhecimento público e que representa certamente uma enorme dor de cabeça, por existir, por se situar no futuro próximo, por ser crescente, derivada de todas as obras que se foram fazendo, durante anos, sem que para tanto houvesse capacidade.
"Delírio político" o fim das negociações ? Nem de perto, mas tem graça que semelhante afirmação venha de um actor político mas igualmente gestor. O seu partido já anunciou a intenção de votar contra, mas o PSD delira quando não passa um cheque em branco.
Na mesma linha da UGT, que vai participar na mega manifestação agendada para Novembro mas vem apelar à aprovação do orçamento; não esquecer que a manifestação agendada para dia 24 de Novembro destina-se a mostrar o desagrado dos trabalhadores, pelo pacote de austeridade que lhes é exigido por esse mesmo orçamento.
Assim, parece claro que ninguém tem ideias sobre o que fazer, o que é bem pior do que não saber como fazer.
Precisamos de ferramentas económicas, agora mais, a saber: moeda e inflação.
Não temos uma nem outra enquanto estivermos no euro. Parece-me um optimo ponto de partida para começar a fazer, mostrando saber o que se deve fazer: abandonar a zona euro (a dívida portuguesa está nas mãos da Alemanha, mas esta não se incomodará com uma eventual saída de Portugal, bem pelo contrário).
Claro que se estará perante uma situação de recompensa dos esbanjadores, das cigarras, (exigirá sacrifícios à Alemanha) mas ninguém disse, nunca, que a economia se rege por princípios de moralidade.

Uma nova ordem económica nacional é absolutamente necessária.....

Um déficite de 4,6% no final de 2011 é totalmente impossível, em qualquer cenário. Mesmo com cortes maiores na despesa do estado e com a manutenção do aumento da receita fiscal, a meta para o déficite fixada pelo governo para 2011 obrigaria a aumentar de novo os impostos, não se sabe como por estarmos já para além do admissível e do possível.
Esta é uma meta impossível e que não merece credibilidade. Uma renegociação do valor limite do déficite e cortes maiores na despesa pública poderão atingir resultados benéficos para a economia, diminuindo o custo da crise sobre as famílias e as empresas. Retirar capacidade de gerar rendimento e poupança equivale a diminuir a receita fiscal; para além disso, taxas como o IVA, fixadas a 23%, contribuem fortemente para um aumento da economia paralela, reforçando aquele sinal.
É necessária uma nova ordem económica nacional.

Vale tudo menos mexer a sério na despesa do estado....e nas grandes obras públicas

Em Inglaterra, os cortes na despesa orçamental intermédia começou, com a medida anunciada, de dispensa de meio milhão de funcionários públicos, a que se seguirão outras.
Em Portugal o esforço de contenção orçamental recai sobretudo sobre as famílias e as empresas, acabando drásticamente com a possibilidade de recuperação da economia portuguesa, que todos os quadrantes já afirmaram ser uma política recessiva.
Se particulares e empresas têm de fazer esforços, o estado é o primeiro a ter de se mostrar duplamente esforçado e sacrificado. Todos sabemos que o nosso estado é "gordo".
A partir de hoje este orçamento é responsabilidade do PS, tão só da responsabilidade do PS. A questão da abstenção do PSD em relação ao documento ainda está em aberto, mas a responsabilidade já não lhe cabe.
Quem governa é o PS; quem se deve responsabilizar é o PS.
Reafirmo a minha posição: mesmo que a reacção dos mercados seja má (e será) essa reacção é temporária, como tudo na vida e a minha convicção mantém-se: o orçamento deveria ser chumbado.

19.10.10

Parecia entalado......

Passos Coelho sacou o "coelho da cartola".
Aquilo que pede é mínimo, de impacto reduzido, mas implica cedencias que um partido a governar em minoria tem de aprender a aceitar. Agora, se o PS fugir da governação é porque claramente não quer, não pode nem sabe ser governo. Se o PS fugir agora é a segunda vez que o faz e será penalizado; mas Sócrates está tão agarrado ao poder que não fugirá e o PSD terá chamado a si o protagonismo político, através da cedencia governamental....

Compensa.....

José Sá Fernandes perdeu agora para a Bragaparques na suposta tentativa de corrupção do senhor vereador, como já tinha perdido para a providencia cautelar sobre o Túnel do Marquês, antes de ser vereador.
Entretanto já deixou o Bloco para, romanticamente, abraçar a Rosa.

16.10.10

O cenário já está... a peça estreia daqui a quatro meses....

O cenário está montado. As pressões que têm caído sobre Passos Coelho forçam o PSD à abstenção, na votação do OE de 2011. O orçamento passa, o governo mantém-se em funções, mas a termo. Assim que se tornarem necessárias novas medidas de austeridade - porque no essencial a despesa do estado não sofre reduções significativas, que garantam o controle da despesa pública, que continua a crescer - e num período após presidenciais, já será possível paresentar uma moção de censura e fazer cair o governo. Cair o governo significa deixar cair os projectos megalómanos presentes no OE 2011, a saber: TGV, aeroporto e terceira travessia do Tejo (projecto associado ao novo aeroporto). É imperioso que o governo caia, antes de deixar as marcas destes investimentos na futura gestão da coisa pública (embora pessoalmente pense que, seja qual for o governo, as obras serão difíceis de travar, especialmente o TGV). Em simultaneo, é quase impensável que, num país à beira do colapso financeiro, obras faraónicas continuem a abrilhantar documentos como o orçamento: estamos de tanga, mas para o lado de S. Bento continuamos teimosos.
Contudo, no meio deste caldeirão de política e finanças públicas, continuo sem perceber porque razão este orçamento tem de passar agora porque não podemos ficar sem governo, mas tres a quatro meses depois, já podemos avançar para eleições e estar uns quantos meses com um governo de gestão. Dir-me-ão que é uma questão de timing, de mostrar ao exterior vontade de resolver o problema em que se transformou a despesa e dívida pública portuguesa. Pois sim, mas como é expectável, as medidas que agora são tomadas só aumentarão a agonia, sendo que mais tarde, daqui a uns meses, a pressão sobre o país terá aumentado e não diminuído. O problema será maior, porque a pressão será maior, a necessidade de fazer sangue maior e o risco de colapso financeiro maior. Acresce que a Europa estará a começar um ciclo de crescimento e nós estaremos em contraciclo, afastando cada vez mais a já inexequível meta da convergencia com a média europeia.
Contudo, parece à primeira vista que nenhum dos problemas actuais o será mais tarde, daqui a uns escassos meses.
O problema residirá na queda do governo e não na sua saída airosa. Pois: em qualquer país democrático e civilizado, este governo já estaria a ser responsabilizado por todas as omissões e falsas verdades, com que tem alimentado o país desde há 5 anos; não seria necessário faze-lo cair para que, ele próprio, caísse de maduro.

13.10.10

A renovação necessária....

A estratégia está definida, tal qual a preocupação com a opinião pública sobre a actuação dos partidos, leia-se intenções de voto. No PSD existe uma corrente que é favorável à aprovação do Orçamento de Estado, para que José Socrates não encontre o caminho da saída, e para que o PSD não seja corresponsabilizado pela crise política derivada da demissão do governo (não percebo bem esta colagem responsabilizante, mas é a corrente de opinião entre os que defendem a aprovação do OE 2011. Esta ideia foi lançada pelo PS e por Socrates). As contas neste caso são de somar: quanto menos atrevimento político agora, mais votos no futuro próximo.
Porque todos sabem que, a seguir a este orçamento, e dentro de dois a três meses será necessário propor um PEC4, mais exigente que este reflectido no orçamento; daqui a três meses é Janeiro, em cima das eleições presidenciais. Apostam igualmente na viabilização deste PEC4, sabendo que três meses depois virá um PEC5, que a população estará cansada e que o Presidente da República já terá condições de marcar eleições antecipadas, podendo então cair o governo com toda a naturalidade.
Estas são as preocupações, as certezas e as esperanças de quem está filiado no PSD. Para aqueles que, até hoje, ainda não se filiaram em qualquer partido político, tanto lhes dá se o PSD ganha ou perde votos; essa é uma questão menor, porque só interessa a quem tem algo a ganhar politicamente: o que verdadeiramente interessa é o bem-estar do país e o seu futuro.
Portanto, pretender que a estratégia do PSD deve passar pelo vector A ou B é indiferente neste contexto para a esmagadora maioria da população: importante mesmo é encontrar um caminho para o país no qual nos revamos, encontrar políticos que transmitam confiança ou o seu equivalente: renovar a classe política e renovar a condução económica e financeira do país e, para que isto seja possível, esta altura é tão boa ou melhor que qualquer outra.

12.10.10


Sou a favor de um OE para 2011; sou contra ESTE Orçamento de Estado....

Portugal necessita de um Orçamento de Estado (OE), para 2011, urgentemente.
Portugal não necessita deste Orçamento de Estado preparado pelo PS, imposto pelo PS. O problema reside neste Orçamento de Estado e não num qualquer orçamento de estado.
Necessitamos de um OE que corrija a despesa pública, que seja compatível com o nível de receitas actual, mas necessitamos também de um modelo económico apontado para a criação de riqueza, para a criação de postos de trabalho, para o investimento privado, para a educação e para a justiça.
Não basta cortar na despesa e aumentar a receita através de aumentos, directos e indirectos, de impostos; é necessário corrigir o comportamento económico de Portugal, ter uma visão de futuro.
Sou a favor de um orçamento de Estado que reduza o peso da despesa pública. Sou a favor d eum plano económico que empurre o país para o crescimento económico.
Sou contra este Orçamento de Estado que o PS pretende impor para 2011, por ser mau, financeira e economicamente falando; porque é míope, distorcido, anti-social, porque representa o pior da orçamentação: cobrir os fluxos de caixa agora e amanhã logo se vê.
Um orçamento que se baseia numa descomunal contração da procura, por imposição de uma carga fiscal obscena, que empurra a economia nacional para o colapso e a total dependencia externa, equivale a tratar os cidadãos nacionais como o estado tem tratado os que lhe são credores: sem respeito e mostrando, cabalmente, que não é uma pessoa de bem.

Titubear por entre as palavras e os conceitos ... exercíco nacional muito na moda.

Aprova-se o Orçamento de Estado (OE) para 2011 ?
Claro que sim.
Mas este vai provocar uma recessão...
Pois vai.
Mas essa recessão não vai obrigar a novas medidas penalizadoras dos rendimentos das famílias e das empresas ?
Vai, por resultar numa diminuição do rendimento nacional...
Estamos então num círculo vicioso, onde a cada pacote de austeridade se sucede novo pacote de austeridade.....
Assim é, de facto....
Não será então melhor tomar outras medidas já ?
Aprovar o OE de 2011....
Mas essa aprovação não declina nos sucessivos pacotes de austeridade e na redução sistemática do rendimento nacional ?
Sim.... mas qual é o problema ?
Bom, não poderá o problema situar-se ao nível da capacidade de cumprir com as nossas obrigações, por estarmos envolvidos num remoínho que obriga a reduções da despesa pública e da despesa das famílias e investimento privado, que vão implicar novas medidas correctivas, que vão resultar numa rediminuição daquelas componentes do rendimento nacional, que vão obrigar à aplicação de repetidos aumentos na carga fiscal, à rediminuição da despesa pública, mantendo-se a economia sempre em recessão ?
Bom...sim...
Então concorda que não haverá capacidade de criar poupança no país ?!?
Parece-me que sim; bom, claro, a poupança não vai ser possível em recessão. Concordo....
E não há um limite para os cortes na despesa e para a diminuição do rendimento das famílias e das empresas ? Imagino que nessa altura o desemprego já esteja nos 25%....
Há um limite, claro que há. Há um limite para tudo.....
E como se sabe que já atingimos o limite ?
Mesmo antes de acabar o pão......quando terminar o apoio internacional....
Mas esse momento pode estar próximo, mesmo aprovando o OE 2011...
Poder pode, mas não é já....e entretanto estamos na Europa, na zona euro, somos parceiros dos alemães, dos franceses, dos holandeses, dessa gente com outra estirpe, com quem convivemos muito bem em Bruxelas e que nos garantem o status quo político, as nossas prerrogativas. Detestaria ter-me envolvido na política para ficar ligado a um desastre, como aconteceu com os políticos da I República....
Mas esse desastre não está próximo ?
Esperamos que não, mas para não estar é necessário aprovar o OE para 2011....
A ver se percebo: a economia nacional vai ser recessiva; à austeridade segue-se mais austeridade; a dependencia de capitais externos irá aumentar; a vontade dos nossos parceiros comunitários concederem pacotes de ajuda financeira suplementar é nula (já o fizeram com a Grécia e tenho dúvidas que a ajuda atinja os montantes acordados); a economia nacional sendo recessiva gera cada vez menos rendimento, o mesmo é dizer liquidez, poupança; a capacidade de fazer face aos compromissos será, cada vez, mais sofrida; a população viverá cada vez pior, levando ao encerramento de empresas, de comércio, de serviços, aumentando exponencialmente o desemprego. Não é este o desastre que nos espera e que mais teme ?
É esse mesmo, por isso é necessário aprovar o OE para 2011...
Mas não é o OE para 2011 a cereja em cima de um bolo que já vem estragado de há muito ?
Ser é, mas não podemos deixar o euro nem podemos deixar a união europeia....
Mas porquê ?
Isso não sei, eu nem sei fazer contas nem lidar com modelos matemáticos; a única coisa que sei é que temos de nos manter no euro...
Então a razão é essa.....hmmmm.....
Encontra outra ?
Talvez a sua retórica ronde, neste caso concreto, a pura imbecilidade alimentada pelo prato habitual da ignorância daqueles que se habituaram a ser autistas políticos. Porque não percebem que os campeonatos entre países tão diferentes são diferentes, porque a economia portuguesa nunca esteve perto da economia alemã, porque entrar no euro foi um enorme exercício de imbecilidade e incompetencia económica. Porque nos colocou fasquias e regras impossíveis de cumprir, porque a entrada na União Europeia foi baseada na miríade de fundos estruturais e sacudida pela imoralidade da aplicação desses fundos, que se atesta hoje, em nada ajudaram Portugal, bem pelo contrário, contribuíram para um comportamento relapso nas finanças públicas, nas empresas, na agricultura, na atribuição excessiva de crédito aos particulares. Porque sempre fomos parceiros menores. Porque aceitámos regras e deficites, convictos que por nos serem impostos, seriam mais fáceis de cumprir, numa altura em que a economia alemã e portuguesa cresciam a 5% ao ano - sendo os nossos anos de maior crescimento suportados, sempre, por aumentos na despesa pública - com a enormíssima diferença que o nosso crescimento não era sustentado, enquanto o alemão se baseava numa economia consolidada, onde 5% de crescimento era muito: na realidade, nessa altura deveríamos estar a crescer no mínimo a 12%. Porque perdemos o último reduto económico: o instrumento cambial, a moeda. Porque um possível empurrão alemão para a saída de Portugal do euro é mais que certo, com ou sem OE para 2011, porque é cada vez maior a hostilidade, quer nos mercados, quer nos governos, em particular no alemão, que está mais disposto a reconfigurar a zona euro do que a acudir a países que considera incumpridores relapsos. Porque recuperar a moeda é a única solução para resolver os nossos problemas; a recuperação da moeda e da liberdade fiscal, para podermos promover o país como um destino interessante para os capitais. A propósito, como pensa criar emprego e riqueza no contexto que lhe descrevi ?
Nunca pensei muito nisso... a bem da verdade nem sei. Só sei que não podemos deixar o euro e temos de aprovar o OE para 2011....

As nossas Inevitabilidades...e retiram a comparticipação aos psicofármacos ?

Este é um país cheio de inevitabilidades. Cito só algumas: foi a nacionalização dos meios de produção, da agricultura e do sistema financeiro, imprescindível para a revolução de Abril, inevitável; depois a descolonização vergonhosa, feita à pressa, entregando tudo sem honra e deixando o poder cair nas mãos dos movimentos apoiados por Moscovo, inevitável; a destruição dos cursos técnicos e a pantomina das sucessivas reformas na educação, inevitável; de seguida a destruição da agricultura e logo a seguir a destruição da indústria pesada, inevitáveis (percebemos finalmente porque razão tinha de se acabar com a formação técnico-profissional); depois a inevitabilidade da CEE; logo mais à frente o desígnio nacional da União Europeia; antes porém a inevitabilidade de fazer mais quilómetros de auto-estrada do que apostar seriamente no ensino e na qualificação da mão-de-obra; depois a inevitável e tão aclamada moeda única; a destituição de um primeiro-ministro social-democrata, mais do que inevitável, para colocar à frente dos destinos da Nação José Sócrates, inevitável como a chuva em dias de Inverno; finalmente a inevitável debacle do sistema económico/financeiro portugues, ou pelo menos do que restava dele; e agora a inevitabilidade de aprovação deste OE para 2011.
Se algumas das inevitabilidades mencionadas se tivesse mostrado efectivamente vital, poderíamos conceder o benefício da dúvida, mas como tal não acontece, não percebo esta última inevitabilidade; provavelmente é mais uma inevitabilidade a evitar com muito empenho.

11.10.10

"CE autoriza tranferência de fundos do novo aeroporto para o TGV".
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Se acaso estão tão preocupados como querem parecer, com as contas públicas nacionais, autorizem a tranferencia de fundos para fazer face ao buraco das contas públicas.

A necessidade de ir até ao fim......

De acordo com a Senhora que apresenta o prós e contras e representa o aparelho, acaso o OE não seja aprovado, estaremos "num beco sem saída".
Muito provavelmente estaria a pensar em si e em todos que vivem do sistema. Porque para os outros haverá sempre saída, mais ou menos sofrida, mas haverá saída.
Algumas vezes critiquei a postura de Pedro Passos Coelho e assumi essa postura neste espaço; havia alguma fragilidade na postura, alguma transferencia de dúvidas e incertezas que pareciam sedimentar-se na ausencia de uma carreira, carreira mesmo, que sopunham distanciamento em relação aos problemas reais de Portugal, da sua população. Algumas vezes o fiz, porém hoje tenho de assumir que as críticas, por ora, se mostram infundadas. A sua posição é inatacável e as oportunidades que tem são fantásticas, do ponto de vista político.
A questão, para mim, mantém-se na existencia ou não de vontade política para ir até ao fim: não há nenhum abismo ou cataclismo à espera de Portugal, acaso o OE não seja aprovado, desde que haja capacidade para tomar as políticas adequadas e a inteligencia de as defender intransigentemente.
Haverá um período curto de um mês, se chegar a tanto, em que parecerá que o mundo nos irá cair em cima, mas depois o que verdadeiramente interessa é receber o dinheiro emprestado a Portugal, pelo que tudo se tornará inexplicavelmente mais fácil.
Espero que Pedro Passos Coelho não permita a aprovação do Orçamento de Estado, acabando com toda a cabala dos constragimentos fingidos e da irreversibilidade que, forçosamente, se irão abater sobre os portugueses.
A altura é de desmistificação; pede-se que assuma a posição até ao fim. E esta não é, sequer, uma posição de coragem, mas de verticalidade, honestidade e patriotismo.

10.10.10

O problema no problema.....

O problema reside no problema. Ou seja, com ou sem orçamento de Estado existe um problema.
Vejamos: a grande questão nacional do momento, aquela que conjuga na perfeição a grave situação que assola o país é, a saber, a questão da aprovação ou não aprovação do OE por parte do PSD. E os apelos que se sucedem não são diferentes dos demais: é necessário aprovar o OE, sob pena de acabar o crédito à República Portuguesa, o mesmo é dizer ficar o país sem liquidez para fazer face aos seus compromissos e, muito mais perigoso, ficar sem soluções na área do apoio económico, por parte das instituições financeiras.
Em vista das sondagens dadas a conhecer pela TVI, tornou-se claro que em Maio do próximo ano, atendendo à subida de votos quer de CDS/PP, PCP e BE e, perante uma proximidade percentual entre PSD e PS, respectivamente com 35% e 32% de intenções de voto, que o país não terá qualquer viabilidade parlamentar. Como não tem agora.
Porque vejamos, ou o PSD deixa passar o OE do PS, como o PS quer ou, caso contrário, estará a "enterrar" o país, a ser totalmente contra os interesses nacionais, a não ter qualqer sentido de responsabilidade.
E o que se passará daqui a um ano, acaso este OE seja aprovado na Assembelia da República ?
No próximo ano as medidas de austeridade continuarão a aumentar - porque a situação económica recessiva de Portugal não será de (apenas(?)) 1,8%, como o déficite este ano não será de 7,3% - porque a economia não correspondeu porque se encontra recessiva, em virtude das medidas de austeridade do ano de 2011, obrigando a mais austeridade, a que se seguirá novo período recessivo, que implicará novas medidas de austeridade, leia-se recessivas. Contudo, as exigencias exteriores estarão sempre a aumentar e a dificuldade de financiamento da economia nacional, através de capitais externos, irá forçosamente aumentar até nos fecharem em definitivo a porta, ou praticarem juros insuportaveis, o que dará no mesmo.
Seguindo a mesma leitura das intenções da sondagem, a tendencia de aumento de voto nas franjas do eleitorado mais extremado continuará a aumentar (o BE pode ser considerado um outliner, o CDS/PP não) por descontamento e por comportamento humano conhecido, a incapacidade de formar governos de maioria absoluta assumir-se-á como um facto consumado, e as possiblidades de entendimento dentro do parlamento esfumar-se-ão totalmente, como agora já se verifica.
E se o Orçamento de Estado (OE) não for aprovado ?
Provávelmente acontecerá o mesmo, mas de forma mais rápida. Ou seja, as más notícias já chegaram mas ainda não chegaram todas; na 2ª hipótese chegam todas de uma vez.
Mas a pergunta subsiste: quais os instrumentos económicos a aplicar que irão permitir uma recuperação da situação dramática em que vivemos ? Os instrumentos de política económica que justificam os enormes sacrifícios em nome da despesa pública, que nos permitam pensar que a situação é passageira ?
Esses instrumentos económicos não existem, portanto o esforço é todo de tesouraria mas a grande questão mantêm-se: como vamos pagar o pão e as batatas amanhã ? Ou por outra palavras, como é que vamos pôr a economia portuguesa a crescer, o rendimento nacional a crescer, a receita do estado a aumentar sem ser através do bolso do contribuinte, reduzindo assim a actividade económica a um redondo zero ?
Aprovamos agora um OE totalmente errado, porque conduz a economia nacional à recessão, porque temos um objectivo de curto/médio prazo económico ?
Ou aprovamos porque sim ? Porque é necessário continuar a receber fundos de fora, a financiar a economia portuguesa através da riqueza criada por outros, a sujeitarmo-nos aos juros que queiram praticar, porque o dinheiro é deles (Teixeira dos Santos já pôs hoje as barbas de molho em relação ao juro futuro, não descartando a possiblidade de recorrer ao fundo especial do BCE e ao FMI).
E até quando estará o contribuinte alemão e frances na disposição de pagar os excessos das economias marcadas pela corrupção e novo-riquismo ?
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O que o comentador Marcelo Rebelo de Sousa nos disse hoje na TVI foi, sem tibiezas, que no actual quadro político nacional não há solução visível, seja qual for o quadro parlamentar, presente ou futuro. Hoje o Professor Marcelo Rebelo de Sousa (MRS) ultrapassou o comentador MRS e falou.
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De facto, todos nós temos esta visão, esta vertigem: quanto mais nos for pedido, exigido, mais extremada irá ficar a sociedade portuguesa, maior dificuldade em encontrar um partido maioritário na Assembleia da República, maior a dificuldade em governar e ser governado.
Porque é claro hoje e a ninguém levanta dúvidas, Portugal só é governável com maiorias absolutas, o que está muito longe do espírito do que deve ser uma democracia.
Em Portugal o consenso não existe, o interesse nacional nunca existíu, a vontade colectiva cede perante o egoísmo individual e, acima de tudo, o faz-de-conta educacional/cultural/intelectual mata este país, literalmente.
Não sabemos o que queremos, como queremos e como lá chegar.
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Aqui chegados exige-se um ponto de situação: o que fazer.
Perante os dados que já lancei em escritos anteriores, depois da virtuosa e brilhante lição que colhi hoje (embora com conclusão a contra-golpe da intenção do Professor, reconhecendo que Maio de 2011 está noutro universo, mas sabendo igualmente que os estados não são empresas; podem falir mas não fecham as portas nem despedem ninguém), resta-me pensar que a melhor solução é não aprovar o Orçamento de Estado (OE) para 2011.
Se a situação não vai melhorar - recessão à vista e sempre a piorar, por falta de desempenho económico- e se essa situação conduz a uma cada vez menor governabilidade do país, resta-nos a solução de acelerar os processos - se vem uma crise de liquidez que venha já; se há medidas que vão ter de ser tomadas que o sejam já; se vamos ser forçados a sair da zona euro que o façamos nós, já - e esperar que das dificuldades maiores que se irão instalar saia a solução que nos conduza para a luz e nos liberte da escuridão em que vivemos mergulhados.
Para o fazer é necessário, contudo, ter a coragem de deixar primeiro a zona euro e, depois a União Europeia, partindo para uma Free Trade Area com os nossos actuais parceiros.
§
O país não está preparado para elevadas taxas de juro, resultado da taxa de inflação resultante da desvalorização da moeda-escudo, mas teremos de considerar que os ajustamentos aos salários nominais obrigatórios, mesmo não chegando perto da taxa de inflação e de juro, poderão ficar no máximo a 8 pontos percentuais de distancia.
Hoje já temos uma inflação escondida de quase 17% e valores mais altos se aproximam, o mesmo é dizer, a desproporção entre rendimento e custo de vida já está nos 17% porque não há lugar a ajustamentos de qualquer espécie.
Por mim, prefiro a primeira hipótese à segunda, mesmo não estando ainda mentalizado para uma escalada dos juros.
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Nota: essa escalada pode suceder mesmo sem medidas de qualquer espécie de Portugal; basta a Euribor, como é esperado, começar a crescer, quando a economia alemã, no final de 2011, tiver um crescimento de perto de 3%: a partir daí o esforço do BCE irá no sentido de evitar movimentos inflacionistas na zona euro.

9.10.10


In Memoriam.... John Lennon

John Lennon era (é) um génio.
As suas composições e líricas vencem o tempo, esse grande arquitecto, e mantêm-se actuais sendo ouvidas por todos.
Num plano muito superior aos Beatles, enquanto agrupamento musical - que tirando algumas composições de St. Pepper´s e Abbey Road nada mais têm para acrescentar à música - John Lennon mostrou toda a sua genialidade no período pós-Beatles, consagrando o princípio de que o agrupamento era uma grilheta para o seu génio poético; a capacidade de casar poesia com música só sobressai esta constatação.
Não se discute a capacidade compositória de Sir Paul McCartney, mas esta mostra-se todavia inferior, por muito trabalhada que fosse, à de John, que sabia incutir na composição melódica a simplicidade que a exigente e complexa construção poética exigia.
Foi uma pena John, que um qualquer louco roubasse a este mundo tão carente, um dos seus maiores génios.

7.10.10


Só cosmética....

Tanta cosmética orçamental leva, inapelavelmente, à descridibilização da governação, das contas públicas e, por arrasto, à descridibilização de toda a economia nacional.
Como acreditar num único número, se as jogadas contábeis são tão evidentes: o recurso a receitas extraordinárias tornou-se uma prática comum, como se fosse possível fazer depender (des)equilíbrios orçamentais constituídos por receitas ordinárias, através do recurso sistemático a receitas extraordinárias; por definição estas esgotam-se no momento em que são utilizadas. Mas há pior: utilizar incorporação de fundos de pensões preenche lacunas orçamentais e financia o estado, mas constituem-se elas próprias em dívida do estado; ou por outras palavras, tapam agora para ficarem a descoberto logo a seguir. O registo de dívida futura aumenta, não diminui nem se mantem, juntando-se a toda a restante dívida constituída, por exemplo, com as parcerias público-privadas e com obras como as SCUT - quando Guterres inventou esta semantica, houve quem alertasse para os custos futuros mas, uma vez mais, ouvidos de mercador e pensamento nos votos, suportados pela demagogia deste PS e desta esquerda.
Desta forma é fácil perceber porque razão, aos custos anuais de um estado gordo e sem moral (clique aqui e experimente fazer uma pesquisa simples, como "jantares" ou "almoços", "mobiliário", entre tantas outras possíveis), se juntam uma catrefa de despesas enormíssimas que contribuem para o avolumar da despesa pública anual; acresça-se o aumento constante dos juros sobre a dívida pública e percebe-se que esta é uma espiral em crescimento acelerado.
Não há moral para exigir tantos esforços a uma população que nada tem recebido em troca, a não ser o avolumar das incertezas no futuro.
Depois, no fim, depois ainda é necessário maquilhar as contas públicas, com jogadas contabilísticas, para ir tapando o buraco enorme em que nos encontramos todos. E quando um dia já não for possível enganar mais ninguém, resta a pergunta: a quem entregar as chaves deste país ? E esse dia está próximo.

6.10.10


A inflação escondida....

Para todos que defendem a moeda única como um garante inestimável da estabilidade dos preços (leia-se controle da inflação), façamos umas contas simples:

(1) Taxa de inflação na zona euro em Setembro: 1,8%

(2) Aumento do IVA em Portugal nos ultimos dois anos: 4%

(3) Diminuição média esperada dos vencimentos dos funcionários públicos (de acordo com OE 2011): 6,7%

(4) Diminuição do rendimento médio das famílias esperado, por medidas anunciadas no OE 20111: 3,3%

(5) Aumento médio da carga fiscal sobre as famílias (de acordo com OE 2011): 3%

(6) Diminuição do salário real dos trabalhadores ligados à actividade privada (considerando congelamento dos salários): 1,8%

Feitas as contas temos:

1,8 + 4% + 4,5% (a) + 3,3% + 3% = 16,6 % ou, por outras palavras, inflação esperada para Portugal no final de 2011 igual a 16,6%, da qual quase 15% é gerada por medidas financeiras impostas políticamente.

Onde pára então a estabilidade dos preços garantida pela zona euro, no que a Portugal diz respeito ? E no ano de 2012 vai continuar a aumentar.
A diferença reside no facto desta inflação estar a ser imposta sem qualquer plano estratégico de médio/longo prazo, enquanto qualquer outra que adviesse de uma saída da zona euro teria a virtude de resultar de medidas económicas concretas, com vista a encontrar uma saída para o aumento do PIB nacional.
nota: (a) resulta da média ponderada entre abaixamento de salarios reais na função pública e na actividade privada.

O costume: ou fazemos por nós ou ficamos à mercê....

Se as últimas medidas de austeridade forem aplicadas, a economia portuguesa vai entrar em recessão no próximo ano, contraindo 1,4%.
O aviso foi deixado hoje pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) na apresentação do seu World Economic Outlook, em Washington.

(...) Ainda assim, o FMI apoia a decisão do Governo de intensificar os cortes no défice. "Portugal está sob muita pressão e por isso aplaudimos a decisão do Governo", garantiu Dressing. É que Portugal faz parte do grupo de países que não tem margem para fazer uma consolidação mais calma, que lhe permitisse proteger a economia da recessão.


Pois, normal, nada de novo. Há recessão, pois é, nada a fazer, lá terá de ser. Não se pode mesmo fazer mais nada. Portugal está amarrado de pés e mãos; não dispõe de instrumentos económicos, nomeadamente o instrumento cambial.
Nada a fazer senão viver em recessão.
O FMI é muito vivo e ladino nas suas conclusões. Se tivessem que aplicar medidas em Portugal fariam exactamente o mesmo, porque na realidade, na situação actual, nada mais pode ser feito. Não se trata aqui de determinar saídas para a nossa complicadissíma, frustrante e dramática situação económica; trata-se de salvaguardar as finanças públicas, as nossas responsabilidades para com o exterior, diminuir os factores de contágio para a zona euro e quanto ao crescimento económico, enfim, se nós não conseguimos nada em 36 anos porque razão deverá o FMI preocupar-se com isso agora; nem sequer faz parte das suas atribuições: são chamados para situações de aperto de tesouraria (exemplo Argentina, México, etc.) e nunca para opinarem quanto a eventuais soluções económicas.

4.10.10

Documento:

Os 100 Anos de República Monárquica

aqui:http://www.slideshare.net/s19yorky/os-100-anos-da-repblica-monrquica

É fundamental mudar.....

A pescadinha vai de rabo na boca.


Aumento de impostos, directa e indirectamente, redução dos salários reais, directa e indirectamente, diminuição do poder de compra, redução da actividade conómica, por redução do consumo, da poupança, do investimento, rendimento nacional a diminuir, menos impostos a cobrar significando menor receita, diminuição da despesa mas insuficiente para fazer face ao deficite crescente, implicando aumento da receita fiscal por aumento de impostos, redução salarial, através demecanismos que actuam directa e indirectamente sobre o rendimento das famílias, provocando diminuição do poder de compra, etc., etc., repetindo-se o ciclo eternamente. E a economia estagna primeiro e apresenta crescimentos negativos depois, período após período até definhar.


Consequencia imediatas: perca total da credibilidade enquanto estado soberano; perca da soberania; saída da zona euro; miséria nas ruas.


Este é o cenário actual, implacável no seu avanço fulminante sobre as demagogias políticas e os discursos de pacotilha.


Solução:


(1) saída da zona euro;


(2) saída da UE;


(3) proposta de criação de uma Zona de Comércio Livre(ZCL) entre a UE e os países da Europa que estão fora da União Europeia.



Esta solução é tão necessária para Portugal como o é para Espanha, Grécia, Itália e irlanda.


Contudo, em sério risco de ser "desqualificados" enquanto estados-membro, Portugal e Grécia estão à cabeça.



A solução impõe-se por várias razões , salientando-se as seguintes :



(a) recuperar o instrumento cambial (moeda);


(b) alterar as disposições actuais no que respeita à capacidade de explorar o comércio internacional, no que concerne a condições mais vantajosas de aquisição de bens e produtos;


(c) aumentar a competitividade das empresas nacionais;


(d) jogar com políticas próprias e não por políticas que nos chegam pela porta de Bruxelas;


(e) facilitar a fixação de investimento, quer nacional quer estrangeiro, através de políticas fiscais agressivas (impossíveis agora no actual quadro comunitário);


(f) ajuda às empresas nacionais (outra necessidade interditada).



Não vejo outro caminho.


A não ser este serão trinta, quarenta, cinquenta anos de puro sofrimento, não vendo bem como, quando e onde se conseguirá debelar a crise, esta crise tão nossa, tão portuguesa.


É necessária a coragem política para deixar o euro, a União Europeia, estabelecer acordos comerciais dentro do espírito de uma ZCL com a União Europeia, criar condições de sustentabilidade da industria pesada, de política de solos e agrária que vá de encontro a parte das nossas necessidades, recriar as pescas, explorar as nossas milhas marítimas tão ricas, enfim, aumentar as exportações diminuindo a dependencia do exterior.
Finalmente e mais importante, criar rápidamente condições de empregabilidade, fazer crescer o produto, diminuir as desigualdades, fomentar o consumo, a poupança e o inerente investimento.


Mas tudo isto só é possível se não estivermos sujeitos ao garrote de Bruxelas e da moeda única.