Antonio Borges, numa conferencia hoje em Lisboa, avaliou o investimento nas ultimas decadas como de fraquíssima qualidade. Nada que espante.
Há responsabilidade da banca concerteza, mas existem questões muito mais profundas para a inexistencia de qualidade na hora de decidir investimentos, a saber:
(1) Impreparação económica, na generalidade da população, que atinge valores dramáticos: só 3% da população é culta no que diz respeito a conceitos económicos;
(2) Um medo de morte de falhar: a sociedade portuguesa não premeia o erro, bem pelo contrário, pune-o. É sabido que, quanto maior a ambição, maior a probabilidade de falhar. Mas errar é aprender e quando se cria uma cultura anti-erro, cria-se uma cultura anti- aprendizagem na prática, porque não se aproveita o conhecimento que advém de um simples falhar. Em Portugal é impossível pensar em falir; só a palavra fere e mata, mas é nas falencias, quando sucedem, que os empresários aprendem a tornear os golpes dos mercados e ganham nova pujança. É impossível pedir que exista uma geração de empresários virados para o exterior, quando a probabilidade de errar é grande, e se vive num país que castiga o erro.
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O problema é nosso, uma vez mais, desta vez na formação das ideias, na filiação dos juízos a valores ridículos, que acima de tudo mostram à evidencia o maior dos nossos pecadilhos: a inveja.
A mentalidade empresarial não foge, igualmente, a esta realidade: a inveja discute, palmo a palmo, com o desígnio nacional, o futuro de todos nós há muitos anos.
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