9.11.09

Diálogo de Amor….


“Foi aqui que dormimos. Recorda-se?”

“Perfeitamente meu querido. Recordo as conversas, os intermináveis debates, a sua teimosia sempre meiga, mas ainda assim teimosa, nalgumas matérias [riso solto e baixo]”

“ [riso] mas terminava sempre por lhe dar razão…”

“Depois de eu ceder um bocadinho, meu querido [risos]”

“Sim, meu amor, provavelmente. Mas lembra-se dos momentos verdadeiramente memoráveis?”

“Lembro. Todos eles…”

“E dos beijos sem conta, ao acordarmos de manhã….”

“Ao acordar-me de manhã, é o que quer dizer, meu amor [risos]”

“E ainda e sempre muitos beijos, apaixonados, na entrada, no 1º andar, no jardim, no início do Verão, no meio do Inverno…”

“Amor sempre presente nos seus e nos meus lábios, meu amor. E quando me escondia e ficava à sua espera, em silêncio, e depois me encontrava, me enchia de mimo…”

“Muitas vezes com a sua ajuda, minha querida, quando sussurrava “Aqui!”, quando adormecia no meu ombro, ou no meu colo, no jardim, deixando escorregar lentamente o livro que segurava até o amparar na minha mão, enquanto lhe acariciava a fronte”

“ [Riso elegante e levemente desafiante]”

“ [Riso cúmplice]”


E envolveram-se os dois num enorme e terno beijo de amor.
Ele pegou-lhe ao colo, deitou-a na cama e namoraram, e fizeram amor até adormecerem, ela primeiro, ele depois, após profunda e apaixonada contemplação, como sempre fizera.


(Joao H Fernandes)

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