"Fundos da UE a zeros. Até agora, dos mil milhões de euros recebidos, as únicas verbas gastas serviram para pôr em funcionamento a ‘máquina’ administrativa do QREN". (edição on-line SOL).
Mil milhões recebidos? Até agora? E é isto comunicação social? Não é! Nem comunicação, nem social, nem as duas coisas, muito menos séria.
Em 2007 deveriam ter entrado 7 mil milhões que não entraram. Em 2008 já deveriam ter entrado, no mínimo 5 milhões, que também não constam por estas bandas.
Entretanto o País está de tanga, sem liquidez, com a banca à míngua e os rácios a baixarem inexorávelmente, as taxas de juro dos overnights a crescerem e o "rating" do país a diminuir.
Onde está a política governativa? Onde está a acção governativa? Onde estão os projectos estratégicos (não venham com obras públicas, que só esbanjam e nada acrescem)?
Depois Manuela Ferreira Leite afirma: está na hora de cabar com o quero, posso e mando do primeiro-ministro. Infeliz afirmação!
Que quer o primeiro-ministro? Que pode o primeiro-ministro? Que manda o primeiro-ministro? NADA!!!!
Chamou a si os dossiers abrangidos pelo QREN - de acordo com notícias, muito propagandeadas, no final do ano passado. E que se passou entretanto? NADA!!!
Estamos a meio de 2008 e que se passa com os projectos? Há projectos? Quais? Onde? Para quê?
Manuela Ferreira Leite deveria ter afirmado: está na hora de colocar o primeiro-ministro em sentido e perguntar: porque razão ainda não entraram em Portugal os milhares de milhões do QREN? De passagem respondia: por total ineficácia e incompetência política do PM e dos seus governantes, que se preocupam com a pose do "quero, posso e mando", que politicamente poderia estar correcta, a ser verdade, em tempo de crise, mas na realidade escondem, naquela postura, uma outra, essa sim verdadeira, muito menos interessante e muito mais devastadora para a economia nacional: a incompetência política e a incapacidade de namorarem e seduzirem os grandes investimentos, económicamente estruturantes, quer a nível dos actores económicos nacionais, quer dos actores internacionais (menos interessantes, mas importantes na conjuntura actual de imobilismo). isto deveria ter sido perguntado e afirmado por Manuela Ferreira Leite.
Quem anda há muitos anos na política em Portugal sofre de, pelo menos, três males: (1) tem pés de barro; (2) está comprometida; (3) está viciada no raciocínio.
Assim não vamos lá nunca!
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