5.1.06

Notícias de Angola...
























O assunto não é novo. A novidade é que desta feita é referido num semanário angolano "Angolense", do qual se reproduz fac-simile da 1ª página da semana de 5 a 12 de Novembro de 2005, onde merece especial realce uma passagem na pág. 24 deste jornal, sob o título "O que eles disseram". Passamos a referir :

"""Após a última reunião secreta com os camaradas do PCP resolvemos aconselhar-vos a pôr em execução imediata a segunda fase do plano. Dê, por isso, instruções aos militantes do MPLA para aterrorizarem por todos os meios os brancos, matando, pilhando e incendiando a fim de provocar a sua debandada de Angola".
Rosa Coutinho, Alto Comissário para Angola, em carta dirigida antes da independência ao Presidente Agostinho Neto
.
Afinal, a arruaça foi encomendada por Lisboa..."

Quando um orgão de informação angolano reproduz uma passagem de uma carta, datada de 22 de Dezembrode 1974 em Novembro de 2005, está a pretender passar uma mensagem em relação à história recente dos dois países. Ainda mais se o faz num número dedicado aos 30 anos de independência de Angola.
O problema da História, o mais das vezes, é que só se consegue fazer quando os intervenientes directos já não estão vivos. Por outro lado, este pequeno óbice implica um enorme handicap. É que nunca se sabe se a história feita está correcta ou padece de imprecisões acrescidas de fábulas, boatos e boas-vontades.
Mas a História também pode ser feita em vida, através do julgamento das acções daqueles que nela participaram activamente. É uma outra forma de fazer História.

Quando, a propósito dos 25 anos do assassinato de Sá Carneiro e Amaro da Costa, são entrevistadas algumas personalidades e personulidades, Ramalho Eanes refere que Sá Carneiro era um político muito vivo e inteligente e, por isso, perigoso, apetece perguntar: perigoso porquê e para quem? E será por isso que a história de Camarate ainda não se fez?

Conhecer os factos, mesmo sem neles ter participado directa ou indirectamente e manter o silêncio prefigura encobrimento, e a fronteira entre o encobrimento e a cumplicidade é muito ténue.
Espero que muitas das figuras que ainda respeitamos políticamente não sejam portadoras de verdades que mesmo muito indigestas deverão ser, obrigatóriamente, do conhecimento de todos, sob pena dessas figuras políticas se verem cair no descrédito, caso um dia a História se faça de uma forma séria, mesmo que seja iniciada de fora para dentro.
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