São como cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
(Eugénio de Andrade)
1 comentário:
Como me parece que a poesia é da sua conta atrevo-me a sugerir-lhe uma visita ao Estúdio Raposa.
Onde fica? Escreva no Google "estudio raposa" e vai dar à porta de entrada. Não precisa de bater. Empurre e entre.
Luís Gaspar
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