Toda a propaganda que inunda as nossas maiores cidades na procura do voto autárquico é, na sua maioria, patética. Os slogans repetem-se ao ritmo das promessas vetustas, todas bem acompanhadas por sinais claros de ausência de qualquer planificação urbanística numa ilustração cabal da ausência de respeito para com as populações. A falta de respeito marca fortemente a actuação autárquica nacional, quer falemos do governo central quer falemos das Camaras Municipais. Os raros exemplos de cuidado urbanístico surgem nalgumas localidades no Alentejo, no Minho e em Castelo Branco. Todo o restante País é o espelho desgraçado da bandalheira política a que, forçados, nos temos habituado a suportar nos últimos vinte anos.
Longe vão os tempos da discussão política acesa, dos disparates políticos mas igualmente da crença depositada no novo regime. Hoje os políticos estão desacreditados, a discussão política é insípida e vazia de conteúdo, feita de aproveitamentos de circunstância nos temas escolhidos, muito dirigida para a árvore e longe da capacidade de visão do global. E quando este é abordado inundam-nos de lugares comuns e de muitas asneiras. Hoje não se acredita no sistema nem se acredita nas pessoas, porque o sistema, cá como lá fora, não responde às necessidades das populações e os políticos estão todos presos por rabos de palha, tão grande tem sido a promiscuidade quer interpartidária, quer intrapartidária. Ninguém está livre de ser acossado na praça pública, pelo que o exercício do poder se consagra, fundamentalmente, pela ausência de acção política.
Longe vão os tempos da discussão política acesa, dos disparates políticos mas igualmente da crença depositada no novo regime. Hoje os políticos estão desacreditados, a discussão política é insípida e vazia de conteúdo, feita de aproveitamentos de circunstância nos temas escolhidos, muito dirigida para a árvore e longe da capacidade de visão do global. E quando este é abordado inundam-nos de lugares comuns e de muitas asneiras. Hoje não se acredita no sistema nem se acredita nas pessoas, porque o sistema, cá como lá fora, não responde às necessidades das populações e os políticos estão todos presos por rabos de palha, tão grande tem sido a promiscuidade quer interpartidária, quer intrapartidária. Ninguém está livre de ser acossado na praça pública, pelo que o exercício do poder se consagra, fundamentalmente, pela ausência de acção política.
Justificam-se assim actos de candidatura à revelia dos partidos, não porque só grasse a pouca vergonha nas personagens que se candidatam como independentes, mas principalmente porque estes conhecem os mensalões de todos os outros e perguntam-se: "sou só eu? Cadê os outros?"! E assim avançam. A lógica (?) que impera é a da classificação da pouca vergonha, ao estilo dos concursos de beleza; o importante é a comparação. Se alguém sabe de outrém, sendo que a única diferença é o conhecimento ou não público do facto, avança na lógica(?) do mal igual ou menor.
Bom exemplo temo-lo agora com as recentes declarações de um autarca ,afastado das listas do seu partido para a Câmara do Porto, que sem hesitações proferíu afirmações que incomodam e agitam as eleições na segunda cidade do País.
Muitos têm o rabo preso e todos eles são de mais para este desgraçado País, como fácilmente se constata pelo estado calamitoso a que a economia, a saúde, a educação, a velhice e a política chegou.
Prevejo umas eleições autárquicas muito difíceis para o PSD, com candidatos frouxos, outros desavindos, outros ainda divididos e uma liderança política fraca e sem chama. Marques Mendes fala pouco, diz pouco, sabe pouco e o pouco que diz onde impera a razão fá-lo sem convicção.
(nota: neste particular o Primeiro-Ministro não está melhor, diria mesmo que por inerência do cargo está bem pior. Pergunto-me: ainda estará de férias? Ninguém o sente, ninguém o ouve. Fossem estes outros tempos e o que já não tinha soado).
Prevejo de seguida umas presidenciais difíceis para o centro-direita a confirmar-se a candidatura de Cavaco Silva. A sua personalidade, postura e intervenção política enquanto primeiro-ministro está longe, muito longe de congregar o centro-direita. Dentro da massa anónima votante por norma PSD, conheço muitos que não votarão no Professor. E as razões são diversas.
O risco de Cavaco Silva perder para Soares existe e, se assim fôr, uma vez mais (após as eleições legislativas) a vitória não seria obtida por mérito do candidato vencedor, mas por demérito do vencido, apresentando-se a votação com contornos de castigo.
O País ficaria então ainda pior (se possível), porque se passaria a votar, claramente, pela negativa, pela penalização e não pela assumpção da existência de qualidades morais, políticas e humanas nos candidatos.
Em última instância este facto equivalerá a afirmar em definitivo que o sistema está fortemente viciado, empobrecido e carente de qualidade.
Os tempos seriam então, forçosamente, de mudança.
Para melhor espera-se, com o empenho de todos.
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