Não é correcto afirmar que a badalada possível candidatura de Soares às eleições presidenciais seja um regresso ao passado, como não será correcto afirmar o contrário.
Aliás, do ponto de vista da correcção, o mesmo raciocínio é válido para uma possível candidatura de Cavaco.
Aliás, do ponto de vista da correcção, o mesmo raciocínio é válido para uma possível candidatura de Cavaco.
Pensei, durante algum tempo, que na ausência de candidatos presidenciais assumidos - a proximidade das autárquicas não responde à questão visto estas serem eleições de cariz partidário e as presidenciais de cariz assumidamente pessoal, mesmo que os candidatos se vejam apoiados por partidos - poderíamos ter a surpresar de ver avançar uma candidatura da área militar: Almeida Bruno, por exemplo. E esta ideia sustentava-se na fraca imagem de que gozam os políticos em Portugal, em conjunção com a ausência de perfis nos vários quadrantes políticos, capazes de suscitar consensos e mobilizar votantes, mesmo quando invocamos o Sr. dos Tabús que está longe de ser consensual e congregar todos os votos do centro-direita.
Perante a apatia geral e depois de renegar três vezes, Mário Soares parece envaidecer-se pela ideia de voltar a ser presidente e aceita assumir essa disponibilidade, rompendo com o cenário de um possível apoio do PS a Freitas do Amaral, apadrinhado pelo próprio Soares, que julgava eu seria o motor de lançamento da campanha de Freitas, talvez até seu mandatário, dando assim azo a uma grande volta na história .
Mas a configurar-se o cenário actual, parece que a história se manterá a mesma, mostrando em simultâneo a fraca fornada de dirigentes políticos saídos nos últimos quinze anos de funções governativas capazes de confrontarem com sucesso o País com uma sua candidatura. Ainda se falou em Guterres, mas este e bem, optou por uma carreira política internacional, bem mais interessante que qualquer cargo político neste rectangulo que na prática, geométricamente, se assemelha a um triangulo rectangulo, onde nos encontramos todos tal como o País - ou em queda acentuada (hipotenusa) ou em queda livre (cateto).
Aqui chegado interrogo-me com veemencia: será que se trata de uma operação de cosmética ou mesmo de limpeza dos últimos trinta anos, de tão má memória?
Bom, se assim fôr, operação cosmética dos desvarios, proponho a seguinte estratégia:
Cenário - Lota de Matosinhos
Por uma porta entra Mário Soares acompanhado de Narciso Miranda.
Pela outra porta entra Freitas do Amaral acompanhado por João Soares.
Trocam-se impropérios e agressões (aqui a experiencia de Narciso é determinante).
Soares tem um treco, mas como não precisamos de matar ninguém, o referido treco provoca-lhe apenas uma forte queda em cima de uma Chaputa (escolhemos a Chaputa por nos parecer ofercer uma queda mais confortável e por estarmos certos de que a cair em cima de alguma coisa, o Dr. Soares escolheria sempre uma Chaputa), mesmo assim suficiente para o afastar das presidenciais. Freitas fica condicionado e retira a candidatura a candidato ficando o caminho aberto para Ramalho Eanes.
Exacto, Eanes. Se a ideia é dizer - É pá, não valeu, vamos lá começar tudo de novo!, então Eanes é o candidato ideal, para além de sustentar a minha ideia inicial: um militar na presidencia.
Temo que os resultados possam ainda ser piores, reciclados estes trinta anos, atendendo à idade que os protagonistas apresentam hoje - se as ideias já não eram brilhantes há uns anos atrás...
Mas é uma solução, não lhes parece?
Aliás qualquer uma será solução para preencher a vaga de P. da República, porque ao nível do País não "aquenta nem arrefenta". O País como está, simplesmente não tem solução.
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