18.7.06

A repetição das supostas razões....

As palavras políticas mantêm-se inalteradas. Por um lado questiona-se a vontade de um Primeiro-Ministro (PM) em provocar uma vaga de fundo (como agora soi dizer-se) na política nacional, com a eterna dúvida se o partido a que pertence (PS) o permitirá: é a tal história dos dois PS´s.
Por outro lado, um Presidente da República que parece capaz de se entender com o Governo e o PM, salientando-se, neste preciso momento do discurso político, se não se tratará da única vontade de fazer dois mandatos, agindo então claramente no segundo (cínico e hipócrita), ao bom estilo soarista.

Este é o discurso que se repete há uns bons 24 anos.
Para os políticos e analistas políticos este é o discurso que serve às mil maravilhas: estamos no reino da conspiração, da vontade coertada, do querer mas não poder, da infinita capacidade de desculpabilizar, que atravessa a sociedade portuguesa.

Para todos nós, portugueses, a questão coloca-se noutro patamar: são ou não capazes de resolver os problemas que irão atravessar duas gerações de portugueses ?
Não importam as desculpas, os jogos de gabinetes ou, mesmo, as notas de pé de página da crítica política. Ou resolvem ou não, ponto!

Que ninguém procure desculpas.
Aquando de qualquer discussão sobre a capacidade política para fazer face aos desafios que se colocam, a dúvida, como em tudo mais na vida, constitui-se sempre em certeza, pelo que a atitude coerente a tomar, perante a dúvida (desculpa duvidosa) deverá ser, sempre, a de repudiar esta, afirmando claramente o descontentamento e contribuindo, decisivamente, para o desfazer da dúvida, ou noutras palavras, para a mudança.

Sem comentários: